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Arquiteto: Emilio López Arquitecto
- Área: 50 m²
- Ano: 2022
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Fabricantes: Rothoblaas, Proviento
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Quinchuyaku está localizada em uma das encostas ao leste do Ilaló (vulcão extinto), a 15 km de Quito, e a uma altitude de 2600 metros acima do nível do mar. Com um clima seco e temperado, esse habitat faz parte de um projeto gradual de substituição da floresta existente de eucaliptos por flora e fauna nativas.
A arquitetura é concebida como parte da paisagem e de sua geografia. Um invólucro de dupla abertura funciona como um mediador na paisagem a partir de dois "funis" que convergem em um de seus lados. Os dois lados abertos do invólucro, orientados leste-oeste, se abrem para a floresta. A dupla abertura permite a ventilação cruzada e gera uma importante conexão com o local sem a necessidade de sistemas de ar-condicionado.
50% da construção foi feita com materiais reciclados: parte de seus móveis (escada e bancadas), as vigas e pilares de sua estrutura, e todas as janelas e portas são de uma antiga casa modificada do centro de Quito.
Desde o início da obra, foi realizada uma série de processos participativos de construção e testes de projeto, tomando decisões ao longo do caminho que transformaram o projeto inicial. Aqui, trabalhadores locais da construção e amigos próximos participaram, promovendo um ambiente de aprendizado e compartilhamento a partir de afetos.
Toda a água consumida é "coletada" nos telhados existentes e armazenada em tanques próximos. Essa condição determinou a decisão de que o telhado/invólucro não coincida com as saídas de água da fachada (como inicialmente planejado no projeto). Isso facilitou a localização das cisternas. Além disso, essas "expansões" das duas fachadas laterais permitem a instalação das baterias de armazenamento de energia fornecidas pelos painéis solares. Esses painéis solares estão localizados no mesmo invólucro e fornecem 100% da energia utilizada.
As encostas do Ilaló sofreram um forte processo de erosão, que tem aumentado nos últimos anos. Por essa razão, uma parte importante do trabalho é a regeneração do solo. As águas cinzas dos banheiros e da cozinha são aproveitadas para regar árvores em crescimento, assim como um sistema de terraços é alternado com valas de infiltração para a água da chuva, a fim de melhorar as condições do solo local.
A casa possui um banheiro seco, que é um sistema onde os resíduos humanos vão para uma composteira a qual decompõe a matéria e produz adubo para as plantas e árvores. Há também outra composteira para resíduos orgânicos da cozinha.